Poemas do amor de Radha por Krishna
Passei minha vida

inteira

olhando para você,

mas era só eu

falando comigo mesma



Você está na minha cabeça,

no meu coração,

na minha alma,

Krishna.
Naquele momento

quando não conseguíamos mais

enxergar

um ao outro
Naquele momento

do horizonte

vazio
Aquele foi o

momento

da mágica
Nunca mais

nos vimos

e ainda assim

nunca estivemos

separados
nunca mais



Aquele momento

de horizonte vazio

foi quando o

“e”

desapareceu.
Daquele momento em diante

deixamos de ser

Radha

e

Krishna



Somos

RadhaKrishna



Dizem que ligas metálicas

se fazem nas fornalhas







*



Segurar

exige força



Deixar ir

exige poder



Devo ter sido

a mais

poderosa

mulher

na história,

Krishna…





*



Há alguns

que bradam

irritados



Radha

nunca existiu



Ela foi apenas um figmento

da alguma tola

imaginação romântica.



Fico imaginando o que os deixa tão irritados



Se é a ideia de que

um amor como

o nosso

não é possível,

Krishna



ou



Se é a ideia mais real

de que é.





*



Em alguns dias eu visto

roupas de trabalho

em outros eu visto

roupas que funcionam



Não que você

perceberia,

Krishna.



Você me chamou de

bela

Quando eu parecia a superfície esburacada

da lua

E me ignorou

quando eu brilhava

como

a lua.



Moda é inútil

quando o seu

namorado

é Deus.



Radha



*



Fico imaginando

como

eles conseguem,

Krishna.



Centenas de milhares

de pessoas

por nem lembro quantas

vidas

todas tropeçando

com a visão borrada

buscando

sentido na vida.



O que é essa

mágica maldosa

que você perpetua,

Krishna?



Eles colocam-se

na plenitude

do ser

e ainda assim

o significado

foge das suas almas

dispersas.



Você me imergiu

no arcano

Fez-me tropeçar pelo

mundano

Abençoou-me com o

ridículo

E torturou-me com o

tolo.



Mas você nunca,

nunca,

Tirou o meu

sentido da minha vida,

Krishna.



Por isso

sou e serei

sempre Sua.





*



Minhas melhores canções

para você,

Krishna,

são aquelas

para as quais

nunca encontrei

as palavras.





*



A menininha

brincava

no seu mundo

de

faz de conta.



Havia uma bela

montanha

e um rio que dançava

e cascalho

suave

e redondo

nas cores do

arco-íris.



Ela sentou-se com

seus pés imersos

na água

refrescante

do rio

rápido fluente

entoando uma canção feliz

olhando para o alto

para um ceu

azul, muito azul,

com seus olhos

negros, muito negros



Enquanto estava sentada

dentro do seu casebre

rodeada

da catinga

de seu pai

completamente embriagado

na perfumada

miséria

de uma tenda de lona

minúscula

A menininha

sentia a água

fresca

nos seus pés encardidos.



Foi assim que ela

conseguiu

que ela sobreviveu.



Porque você deu a ela

O dom

de

faz de

conta,

Krishna.



*



Toque uma suave melodia

nesta noite,

Krishna.



Que a sua flauta

Acalente a minha alma.



Larguei minhas armas

tirei a armadura

Mas a batalha recomeçará

Na luz do dia.



Mas a luta já saiu do hoje

a luz saiu do hoje



Toque uma

doce

melodia,

Krishna.

Minha alma está cansada

E o amanhã está a apenas

uma noite de distância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário